Para reflexão de todos nós, de um artigo de opinião
publicado no Jornal Público de 29/07/2012 por Laura Ferreira Santos:
«Há tempos, um amigo mandou-me o seguinte diálogo:
“— Bom dia, é da recepção? Eu gostaria de falar com alguém que
me desse informações sobre um doente internado.
— Qual é o nome do doente?
— Chama-se Celso e está no quarto 302.
— Um momento, vou transferir a chamada para o sector de
enfermagem.
— Bom dia, sou a enfermeira Lurdes. O que deseja?
— Gostaria de saber a condição clínica do doente Celso do
quarto 302, por favor.
— Um minuto, vou ligar ao médico de serviço.
— Daqui é o Dr. Losa. Em que posso ajudar?
— Bom dia, dr. Precisava que alguém me informasse sobre a
saúde do Celso,
internado há três semanas no quarto 302.
— Só um momento, que eu vou consultar a ficha do doente. Hum!
Aqui está: alimentou-se bem hoje, a pressão arterial e o pulso estão estáveis,
responde bem à medicação prescrita e vai ser retirado da monitorização cardíaca
amanhã. Continuando bem, o médico responsável assinará a alta em três dias.
— Ah, graças a Deus! São notícias maravilhosas! Que alegria!
— Pelo seu entusiasmo, deve ser alguém muito próximo,
certamente da família!?
— Não, sou o próprio Celso, a telefonar aqui do 302! É que
toda a gente entra e sai deste quarto e ninguém me diz nada. Eu só queria saber
como estou...”
...
Não se consegue ter bons profissionais, seja em que área for,
se os tratarmos a pontapé. Se ainda muitos se queixam, penso que com razão, de
as faculdades de Medicina tenderem a dar mais importância ao modelo
estritamente biomédico ou de fisiologia patológica, em vez de incentivarem a
abordagem biopsicossocial, não é decerto com a degradação e burocratização das carreiras
que estes males se alterarão.»
O artigo na íntegra: aqui.
esta "conversa" deve ser para a medicina hospitalar.
ResponderEliminarnem sei porque esta aqui!.
h. vebtura leu o artigo na íntegra? O pdf?
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