Num artigo publicado no Correio da Manhã de 17 de Janeiro, é dado eco do alerta do
Sr. Bastonário da Ordem dos Médicos efetuado na Comissão Parlamentar de Saúde
para a frágil segurança do sistema de prescrição médica eletrónica atualmente
implementado em Portugal.
A meu
ver, tem toda a razão o Sr. Bastonário ao chamar a atenção dos Srs. Deputados
para esta alarmante situação.
Da
forma que o sistema está implementado, o potencial de fraude é enorme e o
potencial de uso indevido de dados dos pacientes é também considerável.
Eis
alguns exemplos:
1. Dado
que não está instalado um sistema seguro de assinatura digital que permita o
acesso à prescrição, basta um funcionário de uma das empresas de software
fornecer as minhas credenciais de acesso a alguém mal intencionado e esse
alguém poderá prescrever receitas em meu nome muito facilmente. Recordo que,
presentemente, a assinatura manual é uma mera formalidade burocrática pois nas
farmácias não existe forma de conferir a veracidade da assinatura manual.
2. Uma
empresa de seguros de saúde que faça um acordo secreto com alguém de uma
empresa detentora de software de prescrição poderá facilmente aceder a
informação clínica relevante sobre os seus segurados...
3. Uma
empresa interessada em conhecer o perfil de prescrição dos profissionais de
saúde poderá também abordar as empresas detentoras do software de prescrição e
aceder indevidamente às prescrições efetuadas.
Reforço
a mensagem do Sr. Bastonário, são necessárias medidas urgentes que corrijam
estas imperfeições do sistema de prescrição eletrónica atualmente em vigor.
Fica o
alerta bem intencionado para os SPMS/ACSS!
Artigo
original do Correio da Manhã: Segurança
da prescrição electrónica "é aterradora"
PS.: para que não fiquem dúvidas, eu sou inteiramente a favor da prescrição eletrónica! Mas são necessárias e urgentes as devidas correcções!
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