quarta-feira, 2 de julho de 2008

Um malandro, o tempo…

“Cada vez que um segundo atravessa o mundo... sempre a correr, sempre apressado…” É assim que começa o livro “O mundo num segundo” de Isabel Minhós Martins, ilustrado por Bernardo Carvalho e apresentado agora numa animação no Publico.pt, acessível também aqui. A audição deste livro fez-me pensar na minha batalha de todos os dias: o tempo!

O tempo que me foge por entre os dedos, o tempo que se escoa à velocidade de um segundo… Tempo para os meus pacientes, tempo para a minha família, para os meus filhos, para os meus amigos, para estudar, para ler, para escrever…

Também me ocorre pensar nas diferentes perspectivas do tempo… O tempo rápido e o tempo lento! Eu explico: para o meu paciente que está à espera de entrar na consulta o tempo é muito lento… E quando chega o momento de entrar, por vezes, até reclama: “Este senhor demorou tanto tempo!” Logo a seguir, para este mesmo paciente, na consulta, o tempo já é muito rápido e acaba por demorar tanto ou mais do que o senhor que o precedeu… Entretanto, tentando gerir o tempo, está o médico, ou seja, estou eu: preocupado com o paciente que tenho à frente, preocupado com o paciente que tenho na sala de espera e preocupado em não deixar transparecer a minha preocupação. Enfim, que espiral tão louca! Bom, mais vale sorrir… Mais vale sorrir ao tempo! É que quando lhe sorrimos, ele envergonha-se e acalma-se ;-) É um malandro, o tempo…

E não posso concluir este editorialblog sem desejar aos leitores do MGFamiliar.net umas óptimas férias. Àqueles cujo tempo de as gozar chega já em Julho: que seja um bom tempo!

2 comentários:

  1. O tempo é realmente muito malandro, nunca nos deixa acabar tudo aquilo que temos em mãos, há sempre algo que fica por fazer... Usemos a nossa imaginação para o gerir da melhor forma, sabendo definir prioridades e aguardando com paciência (e sem sentimentos de culpa) novas oportunidades para fazer, o que ainda está por fazer.Boas férias a todos!

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  2. Alguém disse..."vives o teu tempo e sabes o que fazer neste tempo..pois crias tempo e dá-lo a quem precisa..."
    E ouço Sobrinho Simóes dizer"...o mais dificil para os médicos é cuidar dos doentes, exige tempo e afecto.."
    Sinto-me bem...cansada...mas com tempo... para ser e não apenas para fazer!

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